domingo, 30 de março de 2014

Koh Jum

Minha querida Koh Jum:

Já tinha lido que eras linda e muito selectiva. Ainda poucos, felizmente, descobriram a tua beleza e os teus segredos , e quem já te conhece elogia-te como a favorita, especial, unica.

No entanto, mais uma vez felizmente não és a mais desejada pelas hordas de turistas que andam por estas bandas.
Se dissessem que estavas cheias de bares, restaurantes e altas parties talvez se virassem para cá.

Deixa-te estar assim que quem cá vem sabe cuidar-te.

Estás proxima de Krabi entre passagem do ferry para entre koh lanta, phi phi e krabi, mas só umas 6 pessoas desceram para os long tails .

Agora à tarde apercebi-me que ainda não tinha dado graças por estar aqui e por Deus, Buda, os Deuses terem-se juntado para que  - quando eu achava que já não viria - tivesse seguido o meu instinto. Na sexta a noite comprei bilhete e sábado estava aqui ainda não eram 10h.

tens varias praias mas escolhi a mais,longa e mais deserta, a Andaman beach.
Com um "resort" de bungalows a norte, o Andaman e 3 a sul. O joy bungalows, o new bungalow e o freedoom bungalows.

Para começar , sou grata por quem controla ou construiu estes "resorts". Respeitam a natureza, os bungalows, uns de palhinha, madeira , outros mais,modernos, todo espaçado entre eles e envolvidos na natureza. De preferência só alguns na linha da frenta da praia e tudo o resto espalhado para trás ( o joy bungalows foi afectado pelo tsunami por exemplo).
Aqui não há desperdicio de agua nem electricidade. Não ha luz nos joys bungalows, levamos candeeiro de pretoleo a noite e se quisermos carregamos aqui no lounge restaurante os aparelhos electronicos.
Esta medida proporciona que todos acabem por se juntar aqui (onde estou agora deitada na rede pra variar) e conviver ou simplesmente sorrir uns para os outros.

terça-feira, 11 de março de 2014

Breathe

Podia ficar a viver em kampot (ou na zona a volta da cidade)

Kampot chegou a ser importante porto mas com o kmer rouge perdeu a sua importância.

Tem rio e o  mar muito próximo. Não tem sites culturais ou historicos. Mas talvez sejs por isso que nos prende. Vamos sem ojectivos a nao ser relaxar e passear pela cidade e redondezas, ir a Kep comer marisco, ir ao bokor national park, andar de barco , ir ver os gambuzinos:)

é precioso poder acordar e ir a rua comprar baguettes (pão) a senhora de bicicleta ambulante.
Bom andar relaxada nas ruas que na hora de calor estão como que adormecidas.
A arquitectura colonial.
Os restaurantes e bakeries.

E a margem do rio. Devem ser 3,4 "riverside guesthouses & bungalows" em que se disfruta duma paz absoluta.
Só é dificil adormecer com tanto passaro a cantar imaginem!

Por isso eu podia viver aqui. m

só que posso ter esta atmosfera em Portugal, no meu Douro do coração.
Não vou ter estes sorrisos imediatos, serão mais diiceis de arrancar, mas sao igualmente genuinos, fortes.
Adoro as gentes transmontanas. Sao fortes. Tambem se riem com os olhos, como eu. Podem nao dar gargalhadas muito altas mas sao capzes das maiores borgas e alegrias.

É isto que é mágico nas viagens. Eu não fugo de nada. Venho conhecer, humildamente aprender algo, crescer, alargar os musculos do meu coracao para caber muito mais amor, sorrisos e amigos

Mas não esqueco Portugal. So nao tenho saudades. Porque sei que o hei-tde ter sempre para mim, com crise ou sem crise.

Talvez um dia seja a senhora que vende pao na vossa rua, ou no Douro. E vos sorria com os olhos.

domingo, 9 de março de 2014

"vamos ver gambuzinos?"

Esta peripécia tem de ficar registada, inesquecivel! Tive um ataque de riso tal que o captain do barquinho deve ter achado que era louca!

O meu tuk tuk driver arranjou-me o passeio ao Bokor Park e perguntou se queria passeio de barco a noite, eu que sim. As francesas decidiram ir também. 18:30 por isso ia ser nocturno. Fixe.

Antes de ir , a Melanie perguntava-me "are you going to see the fireflies" e eu lentamente -devia ser efeito da massagem - me apercebo que .....ia ver gambuzinos!! Paguei 5$ por um passeio de barco para ir ver GAMBUZINOS! MARAVILHOSO!

No parque de campismo na Madalena iamos sempre ver os gambuzinos e alem disso a expressao tem outros sentidos.

Pois bem lá estava eu no barquinho, ja noite. O captain e o ajudante a convidarem-nos para uma festa... só com eles!
Olhava para as árvores (2, se tanto) e ria-me que nem uma tola.

E foi isto, para mim muito divertido. No entanto, devo dizer valeu a pena, senti-me novamente no Apocalipse Now a subir um rio de noite. É fenomenal.

Um aparte, ja pensaram na estratregia simples mas eficaz destes tipos? Eles criam um tour para ver gambuzinos por 5 dolares e têm clientes.

terça-feira, 4 de março de 2014

Life on the water


Plenamente satisfeita com os 4 dias em Siem Riep, que deu para um pouco de tudo, relaxar, passear, visitar os templos Angkor (os mais e menos turisticos) andar de bicicleta, comer bem, beber um vinho....

Domingo tenho viagem para Battambang. a Net diz que é a 2a cidade do Cambodja, mas considero que Siem Riep já deve estar mais a frente....


Logo para começar, foi uma peripécia engraçada, daquelas que em Portugal se arrancavam cabelos e aqui rimo-nos de tanto disparate!

Pick up entre as 6 e 6:45 para o barco.
6:30 - vem a pick up e 2 alemãs e eu, ´lá entramos. Damos a volta a Siem Riep para ir apanhar mais passageiros...... e quando as 7:10 .... chegamos a rotunda ao lado da nossa guesthouse e dizem-nos para sair porque vem um bus maior apanhar-nos...!

Risota imediata. meia hora a espera do bus.... para chegar cheio de outros turistas e não termos lugar para sentar, sendo que uma senhora de idade insistia que eu me sentasse ao colo dum senhor. ahaha ! os meus ricos ossos todos a partir, de tão torta que ia que decidi ir em pé, apesar da senhora continuar a "empurrar-me para cima" do senhor... ela lá devia saber algo!

Meia hora atribulada depois chegamos ao barco. Uns iam para Phnom Penh outros para Battambang. e andavam todos trocados! toca a repor a ordem, e depois sim arrancamos.

Esta viagem, de 20 dolares , vale mesmo a pena, apesar de ser dureza (mais por ser a estação seca, em que os caudais dos rios estão baixos e torna-se delicada a travessia) Por isso eles avisam que pode ir de 6 a 9 horas, dependendo do barco encalhar ou não!  


imagem retirada daqui
A travessia do lago é agradável. Passamos entretanto por várias aldeias piscatórias e flutuantes, fantástico e entramos no rio. As ultimas horas, sobre o calor do meio dia, é desesperante. Porque nem podes ir em cima do barco, por causa do sol, ou dentro na sombre porque não corre uma brisa . Mas eu saltitava fora e dentro!

Fenomenal o que vi. Aqui estão algumas das fotos:
























Se os meus sobrinhos pudessem ver através dos meus olhos...

E todos claro.

Esta frase, pensamento veio-me a ideia quando estava na travessia do Sonle Lake até Battambang.

Num instante, a observar a paisagem, as aldeias flutuantes, as crianças nos barcos, e  senti-me a explodir , e aqui se aplica tão bem o ingles . I was overwhelmed.
e imediatamente senti.... que daria tudo para os meus sobrinhos verem o que eu estava a ver.






Acho que Cambodja é um destino inesperado mas muito apropriado para crianças. Porque é tanta a natureza, a cultura, a forma directa como ves o dia a dia dos locais.
Imaginei-os a curtir andar de bicla como eles, a rirem-se as gargalhadas com as brincadeiras que eles fazem constantemente... a irem no barco a apanhar com o vento na cara e a conhecerem todo um mundo diferente do nosso.
Mas muito , muito GENUINO.










É  claramente ainda um pais muito pobre. Vejo aldeias, "casas", que não sei como vos descrever.

Mas vejo , na sua maioria, as pessoas, graudos e miudos, a rir, a sorrir, a brincar, a conversar.
Juntos. é impressionante como brincam e riem-se uns dos outros.

Há definitivamente uma esperança neste povo. Um simplicidade brutal.

Fico com um sentimento ao mesmo tempo de grande angustia, porque sim vocês podem dizer, ah mas os meus filhos vâo a escola, recebem educação. Têm condições que estas crianças não terão nunca.

Não tenho a pretensão de pesar os prós e contras. Ou dizer o que é melhor ou pior.

Só que  a LIBERDADE que eles têm..... isso os nossos não têm mesmo que me argumentem que sim.
Vivem numa prisão.
E  agora, que estou aqui, chega a ser sufocante comparar e pensar nas vidas que levamos em Portugal.



(imagens boat trip )


Mas estou a desviar-me e a entrar em polémicas.

Termino com o meu pensamento dos ultimos dias: o que tenho vivido daria tudo para que as minhas crianças , as vossas,  pudessem viver também. E torço para que muito em breve elas possam experienciar algo semelhante. seja no Cambodja ou em Portugal.