sexta-feira, 23 de maio de 2014

Atitude e a vontade de mudar o mundo

As atitudes (agressivas, rudes, egoistas,...) das pessoas mexem muito comigo, é inevitável.
Umas vezes consigo distanciar-me e não permito que me atinga, outras nem por isso.
Tenho procurado fazer o exercicio de, se não concordo ver o que posso dizer ou fazer para ajudar a mudar, ou despertar consciências.  Não me acho ninguém com mais moral que os outros....porque eu também cometo erros.
Se resulta ou não... .. pelo menos fico consciência de que tentei, não fiquei parada.

O povo asiático tem os normais defeitos que todos têm. Há uma diferença cultural e interpretações de actos que para mim podem ser duma forma e para eles de outra.

Os birmaneses tinham o hábito hediondo de escarrar (desculpem mas não sei se há outra palavra mais soft) e cuspir para o chão (resultado do tabaco que estão sempre a mascar)

Mas isso são hábitos de todo um povo que não posso mudar.

Algo que me põe doente em qualquer parte do mundo - o plástico espalhado por todo o lado, o lixo.
Nas Filipinas em especial nas ilhas , lindas lindas, de postal e quando o barco encostava na praia... que revolta!!
Ai, um amigo meu e eu resolvemos ir aos centros de diving e aos tours propôr que levassem sacos plásticos no barco para os turistas (que alguns fazem-no espontaneamente) apanhassem o minimo que vissem. E que colocassem sinais explicativos ou educacionais nos barcos

Fui educada assim, e muito na Optimus onde trabalhei 15 anos: a atitude sim os processos/campanhas  estão mal montados no ponto de vista do cliente:Ponto 1  o que podemos fazer para corrigir no imediato e ponto 2 o que podemos fazer para que não se volte a repetir.

Bem tudo isto só porque aqui na minha guesthouse de campo está um casal de malaios com descendencia chinesa. Refiro a raça porque ainda não sei até que ponto faz a diferença mas já tenho uma ligeira desconfiança que sim, da minha pequena experiência por estas terras.

Casal jovem. Casa no campo. Rodeado de vaquinhas, gatos. Um alpendre que puxa a relaxar a ler um livro, ouvir musica.Praia a 100 metros. Uma ilha para explorar. Sem stresses.

Eu disse semstresses?Ah pois,  a ilha. Não o casal. O rapaz é a personificação do stress, de attitude que vejo petulante, mas penso que rejevo nele o que vejo em Portugal ou quando vivemos em grandes cidades.

A exigencia de se ter tudo na hora.

Alugaram um carro. Pois hoje as de manhã já estava cá um senhor porque reclamaram do carro, não era bom o suficiente.
O pequeno almoco só é servido as 9 da manhã. As 8 estavam cá fora sentados a espera, a escrever os pedidos.
Sempre que  o rapaz chega a recepção no alpendre.... volto a dizer, espaço aberto, no campo, em que todos se vêm uns aos outros, uns a ler, outros a ouvir musica. Pois ele ,o jovem rapaz, em FS  com a sua mais que tudo, tem de tocar a campainha uma vez, duas vezes, e se alguém não responder no segundo ele passa a tocar sem parar.

Eram 8:59 estavam a tocar na campainha.
Para reclamar. Do pequeno almoço  tardio. Do ar condicionado que não funciona bem.


Ontem, no passeio das ilhas, andava um homem atrás dum macaco a atirar-lhes com pedras e sempre a persegui-los e a gritar ao mundo para termos cuidado com as crianças e comida.
Note-se que eu sei que os macacos são malucos e por vezes agressivos. Nem me aproximo.

Mas há que parar um minute e pensar que são por pessoas como este homem que os macacos são maus!
Por graça dão-lhes de comer para tirar fotos, eles habituam-se e perdem o medo aos humanos, e depois "ah leva lá com uma pedra no focinho porque já te estás a armar"!!

Dissemos ao senhor para ter calma e expressei o que disse em cima.
Fui vaiada com comentários que felizmente não sei a tradução! Mas isso não me importa! Se ele num proxima hesitar um bocadinho e pensar , valeu a pena.


E isto mexe comigo. E de repente dou por mim a pensar se vou regressar mais tolerante ou não.
Como posso viver melhor comigo mesmo e ao mesmo tempo tentar mudar o que acho não ser saudável para ninguém? Vou andar todos os dias na rua a abordar pessoas só porque EU acho que não está certo? Isso é correcto da minha parte? Quem sou eu para dizer aos outros como agir? Ou vou deixar que essa energia negativa fique dentro de mim porque não falei? ou aprendo a ignorar?

Tenho medo de voltar a sofrer, sim porque eu sofro com as atitudes das pessoas. Mas continuo a acreditar que vale a pena lançar algo que faça a pessoa nem que seja por um minuto, reflector.
Tenho que aceitar que não há um mundo perfeito.Ou pelo menos como eu o vejo.